quarta-feira, 30 de março de 2011

Custa tanto...

Já foi a 8 meses mas a dor parasse não ter fim…aumenta…multiplicasse vezes sem conta.. acho que só agora é que estou a cair na realidade… sempre pensei que ia conseguir ser forte, mas ultimamente tem custado muito… estou sem vontade de nada..só me apetece dormir, ficar a olhar para o infinito e perder-me nos meus pensamentos… dou por mim infinitas vezes a pensar como seria se ele não tivesse falecido, se o meu J fosse vivo… sonho  com outro desfecho no dia do parto,  se tivesse ido as urgências mais cedo… a felicidade que sentiria ao acordar…, ao ver que a cesariana de urgência tinha valido a pena… e choro, choro porque não foi e nunca será assim… ontem perdi o controlo, gritei, chorei revoltei-me, porque eu quero o meu J…é ele o filho que eu tanto amo, e ele que me faz falta… dizem-me para agradecer o que tenho, para aproveitar a vida…mas ninguém me explica como faze-lo…

Não sei como me vou aguentando….mas eu continuo a tentar ter sonhos em cor de azul….

segunda-feira, 28 de março de 2011

A dor da perda de um filho

Porque será que as pessoas pensam que quanto maior for a criança mais valor tem a dor da perda?? Será que não podem compreender que eu  dava a vida pelo meu filho desde o momento em que soube que estava grávida??? Será que o amor de uma mãe que se submete a semanas de imobilidade, cirurgias, e sei lá mais quantas coisas para conseguir levar uma gravidez até ao fim, já não é um amor sem limite?? Se virmos as coisas pelo prisma de muita gente, que segundo elas” foi melhor assim, porque se já tivesse mais idade a dor era pior” então quer dizer que,  se eu morrer, vai doer muito mais a minha mãe e pai, do que se fosse a minha irmã, que é mais nova do que eu, e por conseguinte passou menos tempo com eles do que eu, certo???

Sim, deve ser isso, tenho certeza que a essas pessoas sê lhes morresse o filho mais velho a dor seria muito maior em proporção a diferença de idade do filho mais novo…

Como podem ver, não há lógica no que as pessoas dizem, o amor é igual, a dor é igual, o desespero é igual, simplesmente temos mais o menos memórias, mais o menos recordações…mas a dor…esse nunca muda, porque um filho é amado desde o momento em que desejamos engravidar…posso dizer que o meu J, já era amado a 4 anos, foram 4 anos a lutar com unhas e dentes para o conseguir…e de um momento para o outro desapareceu…E sim, a dor é terrível, e sim, ele vive no meu pensamento, e sim, continuo a falar dele, porque ele está vivo no meu coração, e sim dói como qualquer outro filho dói as pais!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sonhos em cor de Azul

Sou uma pessoa como muitas outras,que desde sempre sonhou em casar e ser mãe, mas a vida pregou-nos uma partida e após o casamento, descobrimos a infertilidade, doença ruim, que não mata, mas que nos aleija no mais profundo do nosso ser, e nunca mais nos deixa voltar a ser o que éramos… Depois de  4 anos e 4 ICSi, engravidei do meu Filhote, um rapaz muito desejado e amado, que após uma santa gravidez..quis partir para o céu, foi  a prova mais dura que a vida nos podia dar.. e aqui quero contar como foi… é…. e será difícil viver sem ele…

Este é o primeiro dia da minha/nossa história, a história que transformou os meus sonhos, em sonhos cor de Azul!